Perante um mundo cada vez mais complexo e em constantes transformações muitas questões sobre a teoria científica são evidentes e, quanto mais entramos nas brenhas do conhecimento, mais nos apaixonamos pela ciência.
Percebemos as inúmeras mudanças nas diversas áreas da vida cotidiana e coletiva. Muitos saberes culturais, sociais, tecnológicos e econômicos dados como certezas absolutas ao longo da história da humanidade são agora questionados, mostrando-nos uma humanidade que diz não aos saberes assegurados por séculos. O conhecimento passando por contínuas mutações, com um enfoque distinto na construção do conhecimento humano e social.
É neste contexto, que a ciência repensa suas metodologias convencionais, principalmente o que se refere ao seu papel social, em que a cientificidade do conhecimento procura a coerência de um questionamento crítico, criativo e inovador.
Conjugam-se aí a crítica e a autocrítica dentro do fazer metodológico. As questões sistematizadas refletem a contestabilidade como norma principal do estudo científico.
O campo científico, com seus conflitos, dificuldades e incoerências, exige que uma união entre a teoria prática e a prática teórica deva ser discutida, pois não podem ser uniformizadas no que diz respeito aos procedimentos e aos processos de uma pesquisa. Por isso, as dificuldades enfrentadas pelo pesquisador social na busca de uma metodologia adequada para provar ou confirmar suas hipóteses a respeito de uma determinada questão.
De acordo com Pooli (1998: 99) a pesquisa social não é uma “sala confortável”, e é possível trabalhar com seu objeto de trabalho, e essa deve ser a férrea necessidade das investigações sobre a organização dos homens e das mulheres.
A metodologia científica ou o questionamento da pesquisa permitem a construção e reconstrução do método para que se desenvolva uma ciência social, crítica e dialética. Um pesquisador deve procurar esclarecer, organizar e estruturar suas investigações. A pesquisa precisa seguir princípios epistemológicos básicos: coleta de dados, manuseio de informações, planejamento da investigação e formatação dos dados, lembrando-se que a prática da pesquisa, o seu fazer está intimamente ligada à formação do pesquisador, sempre contatando com a comunidade intelectual de sua área de interesse.
Segundo Wright Mills (1961:206) os pensadores mais admiráveis da comunidade intelectual a que nos associamos não separam seu trabalho de suas vidas (...) saiba ou não, o trabalhador intelectual forma seu próprio eu (como pesquisador) à medida que trabalha para aperfeiçoar seu ofício.
A ciência em sua essência é uma forma de conhecimento. Existe o conhecimento popular, o conhecimento religioso, o conhecimento filosófico e o conhecimento científico.
Não há um método único, porque há diversas ciências e um ciclo comum de atividades, uma sequência de ações que orientam o método científico.
A pesquisa social trabalha com diversas abordagens e pontos de vista, buscando novos conhecimentos.
“Numa certa cidade, foi construída uma nova estrada, e a taxa de acidentes registrou uma subida extraordinária. Houve protestos públicos e seguiu-se uma investigação. Os investigadores começaram com a hipótese mais óbvia: a de que a nova estrada aumentou o tráfego, o que, por seu turno, aumentou o número de acidentes.Mas verificaram que os acidentes tinham crescido de forma desproporcional. Conjecturaram então que numa nova estrada os motoristas são mais descuidados. Mas as estatísticas referentes a outras estradas novas desmentiam essa hipótese. Admitiram, portanto, que a causa era a velocidade. Entretanto, de acordo com os registros policiais, menos motoristas tinham sido multados do que o habitual. Estivera a polícia menos ativa? Não, o mesmo número de agentes estivera prestando serviço. Então os investigadores notaram que a maioria dos acidentes tinha ocorrido em apenas três locais da estrada, pelo que recomendaram novas regras de trânsito para esses pontos. Depois disso, o número de acidentes caiu muito abaixo da norma. O problema tinha sido resolvido.” (Kneller, 1980: 99).
Método é o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos usados para alcançar um objetivo, um conhecimento.
Há cinco métodos para a construção do conhecimento:
Dedutivo: A razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, decorrendo de princípios evidentes e irrecusáveis. Parte do geral para o particular.
Indutivo: Parte do particular e põe a generalização como um produto após a coleta de dados. O conhecimento baseado na experiência. Não leva em consideração princípios preestabelecidos.
Dialético: Norteia-se pela lógica e a história da humanidade , nas quais as tradições se transcendem, dando começo a novas contradições que exigem soluções.
Fenomenológico: Estudo direto sobre dados que se tem, que mostra o que é dado e esclarece que não explica, através de leis nem deduções de princípios considerando o que está presente à consciência.
Hipotético: Está ligado à experimentação, isto é, conjecturas que devem ser submetidas a testes.
Paradigma é um exemplo, um modelo, uma referência, um caminho. Algo a ser seguido, não necessariamente o melhor caminho. Porém, ao ser aceito um paradigma é um critério de verdade, de validação e reconhecimento nos meios onde é adotado.
Para Thomas Khun (1996, p. 21) a palavra paradigma pode ser entendida como uma concepção de mundo.
Um novo paradigma precisa ser construído para a ciência, para a educação, para a tecnologia e para a sociedade à medida que o mundo se movimenta e se transforma.
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