Viver é muito bom, um grande desafio, uma eterna busca, uma surpresa.
Em minha opinião, estar vivo é desejar que a morte demore a chegar, porque considero o dom da minha vida maravilhoso e único nesta concepção. Entretanto, não tenho medo do fim, mas do sofrimento de viver na dor, na falta de plenitude e de dignidade.
Sei que o mundo está longe de ser um paraíso, mas trabalho para que este mundo seja cada vez melhor, mesmo temendo o caos. Vivo porque sei que tenho minha humilde e competente contribuição para ajudar a promover um mundo melhor. Um mundo onde o amor sobrevive à violência, onde a pureza e a curiosidade das crianças sensibiliza meu coração e alimenta minha energia.
Algumas vezes, me perco pelo caminho e logo me acho, pois procuro manter as rédeas da minha vida sob minha “jurisdição”.
A minha ação de viver está repleta de objetivos. Sou consciente do meu papel no Planeta Terra como um ser humano social, cidadão, político, educador e amoroso.
Vivo num mundo muito exigente, incoerente e caótico, que sofre relevantes transformações e possui fantásticas invenções tecnológicas. Onde se valoriza mais o “ter” do que o “ser”. Um mundo que evolui freneticamente, mas mantém a miséria humana sem dó, nem piedade.
Um mundo que me quer um educador conectado, atualizado, no caminho da justiça, da coletividade e da cidadania. Um mundo com várias faces.
Como Trabalhador da Educação, repenso meu papel a cada dia perante todas estas cobranças e transformações.
Dizem que “não se sabe para onde se caminha” e quanto a isso tenho minhas dúvidas. Considero-o um pensamento derrotista, acomodado, sem perspectiva.
Sou uma educadora que lida com o humano, o social, a possibilidade, o conhecimento, as dúvidas, os meus limites, com minha própria humanidade e decorrente imperfeição. Por isso, em busca do saber, do aceitar o outro, do comprometimento profissional preocupo-me com o meu coletivo e seus ideais.
Acredito que trabalhando seriamente em prol da educação dialógica dos menos favorecidos estou preparando-os para enfrentar digna e criticamente a exploração do dominante, contribuindo para a construção de um mundo mais digno, justo e inclusivo.
Cultura, conhecimento, consciência crítica caminhando juntos na certeza de que todo o saber é relativo e questionável e vem acompanhado de muitas perguntas, de dúvidas. São estas perguntas que movem o mundo, que mobilizam as pessoas.
Ingênua, eu? Até pode ser, porém acredito que, apesar dos pesares, sem a educação nenhuma transformação positiva e profunda renascerá do caos. Aí reside a essência da minha busca, da minha existência, do meu amor ao próximo, do meu ser professor.
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